A HISTÓRIA DAS DUAS PAIXÕES DO GIOCOND
Giocond herdou o nome do bisavô italiano, Giocondo. O pai, Ismael, nascido em São Paulo, conheceu Maria Goreti quando da construção da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, na década de 70. Ela, nordestina, veio com a família que também participou da construção da barragem.
O jovem casal se transferiu para Naviraí, em Mato Grosso do Sul, onde os filhos nasceram. Foram quatro, dois meninos e duas meninas, todos nascidos no período de pouco mais de quatro anos. Giocond foi o terceiro filho e em função da pouca diferença de idade os irmãos se criaram muito juntos.
Quando Giocond tinha 6 anos a família se transferiu para Três Lagoas, onde mora até hoje. No local cultivou amigos, sendo que muitos daqueles da infância ainda fazem parte de seu círculo de amizades hoje. Alguns são verdadeiros irmãos.
A criação na época era rígida, os pais levavam os filhos na linha, mas de forma muito justa. Ainda hoje pai e mãe são referências para Giocond. Do pai herdou o caráter. Aprendeu com seu Ismael que sempre se deve batalhar para conquistar o que se quer. Da mãe, muito religiosa, traz o senso de justiça e a fé!
Nos tempos de escola, o que mais gostava de fazer era jogar bola com os amigos. Diferentemente dos irmãos, desde pequeno, não gostava de estudar. Depois de ficar quatro anos na sexta série resolveu parar de estudar e foi trabalhar.
Iniciou no mercadinho de um primo, fazendo a limpeza e serviços gerais, mas sentiu a dureza do trabalho e pediu para sair. Foi então trabalhar com o pai, que na época tinha uma sorveteria e também matava porcos para vender aos açougues da cidade. Giocond ajudava a matar os porcos e fazia linguiça junto com o pai e o irmão. Com o passar do tempo decidiu ter sua independência, pois trabalhando com o pai não tinha um salário e sempre precisava pedir dinheiro a ele para comprar as coisas que queria.
Naquela época, com pouco mais de 20 anos, recebeu o convite de um primo distante, que era caminhoneiro, para viajar com ele. Como desde criança sempre teve paixão por caminhão, não hesitou e caiu na estrada. Logo fez a carteira de motorista profissional e começou a dirigir carreta – começou logo com os grandes, nunca dirigiu caminhão pequeno.
O pai chegou a comprar uma carreta que ele dirigia, mas o empreendimento durou pouco tempo. Então foi trabalhar de empregado, puxando frete de diferentes tipos de produtos, por diversas regiões do país.
Nessa época Giocond era casado e tinha duas crianças pequenas. Não eram seus filhos biológicos, mas os criou como tal. Porém, com o tempo excessivo fora de casa, se acostumou com a liberdade, e o relacionamento de 14 anos não deu mais certo. Acabou a paixão…
O que não acabou foi a PAIXÃO pela estrada. Ao contrário, esta continua cada vez mais intensa, até hoje. Mas nem tudo são flores… Muitas vezes os motoristas não recebem um bom tratamento por parte das empresas, que não disponibilizam uma estrutura adequada de banheiro e lugar para alimentação. A segurança também é uma questão delicada. Os perigos estão a cada curva: assaltos, acidentes… Mas graças às suas orações, nunca passou por uma situação destas.
Apesar da sensação de liberdade, de andar sem destino, é muito bom voltar para casa. Reencontrar os pais e os amigos. Este foi um dos principais motivadores que levou Giocond a procurar trabalho na MK CARGO logo que a empresa iniciou as operações em Três Lagoas. Hoje circula pelos diversos destinos atendidos pela empresa, mas tem sempre a certeza de voltar para a base.
Com mais tempo em casa, começou a aproveitar a abundância das águas dos rios da região. Estimulado pelo irmão, há cerca de cinco anos Giocond vem se dedicando a sua segunda grande PAIXÃO: pescar. Compara ao prazer de estar na estrada com o de colocar o barco na água, pescar, e comer o peixe que ele próprio pescou. Mas o preparo deixa para os amigos: neste momento ele vai na carona!
Giocond chega aos 40 anos agradecido à Deus por tudo o que tem. E só pede à Ele saúde para continuar fazendo as duas coisas que mais gosta: dirigir caminhão e pescar…