HISTÓRIA DE ATITUDE POSITIVA DO MAURÍCIO
Maurício é filho de caminhoneiro. O pai, Aparecido, já andava pelas estradas do Brasil a fora quando conheceu Cícera, com quem fugiu para a cidade grande, casou e teve dois filhos: Maurício e Glauber.
Nascido em São Paulo, capital, com poucos meses de idade Maurício foi morar em Mirandópolis, terra natal do pai. Teve uma infância típica das crianças de interior: com molecagens, correndo atrás de bicho, andando a cavalo, jogando bola… uma época maravilhosa! Mas antes das brincadeiras, todos iam a pé para a escola, uns 3 km de caminhada, mas também de muita diversão.
Quando tinha apenas sete anos os pais se separaram e ele passou a sentir o que era o preconceito para com as pessoas divorciadas na época. Mas lembra isso como um momento de superação e que contribuiu para o seu amadurecimento ainda quando muito jovem. Hoje entende que conseguiu ressignificar o que poderia ser um ponto negativo em uma base positiva para construir sua personalidade.
Com oito anos Maurício foi trabalhar na roça, cortando cebola. Com 10 já colhia feijão, trabalhando como um adulto. E para completar a renda trabalhava de garçom no fim de semana! Esta foi a lida até os 15 anos, quando decidiu ir tentar uma vida melhor na capital. Começou atuando como office-boy e depois em forno industrial na empresa de um tio, trabalhando pela comida, moradia e estudo. Nos fins de semana, para ganhar algum dinheiro, trabalhava como chapa guia dos caminhoneiros que iam fazer entregas na cidade.
Com 18 anos voltou para Mirandópolis onde foi trabalhar na Prefeitura, e três meses depois passou em concurso para Agente Penitenciário. Dois dias antes de começar no novo emprego, sofreu um grave acidente de moto. Foram várias fraturas, 25 cirurgias e dois anos sem andar. Mas a esperança e a atitude positiva sempre acompanharam Maurício, que tinha certeza que voltaria a ter uma vida normal, o que, de fato, veio acontecer quatro anos depois.
Apesar de uma deficiência na perna, não quis se aposentar e voltou a trabalhar. Foi um período em que buscou a força dentro de si próprio, pois acreditava que tinha capacidade para ter uma vida normal novamente, sempre pensando positivamente sobre o que lhe acontecera.
Voltou a trabalhar em uma empresa que fazia insuflamento de fibra ótica, inicialmente em Araçatuba sendo depois transferido para a Bahia, atuando como motorista. Mas a empresa não recebeu pelos serviços e Maurício foi trabalhar de servente de pedreiro, com a intenção de juntar dinheiro para tirar a carteira de motorista profissional.
Mais um desafio vencido, começou a trabalhar em uma usina como motorista de kombi. Mas percebeu que melhor seria ser motorista de caminhão pipa e se esforçou para migrar para esta atividade. Nesta função, ficava de plantão à noite, e começou a ajudar o responsável a tirar as notas no escritório. Dois meses depois já dominava mais este conhecimento. Foi quando o funcionário saiu e ele assumiu a posição e depois chegou a encarregado. Foram quatro anos que dirigia por dentro das fazendas. Mas conflitos éticos com um novo gerente, que queria impor situações que ele não considerava corretas, fizeram ele sair do emprego.
Este fato fez Maurício voltar para a estrada. Puxou madeira, conduziu caminhão frigorífico, combustível, até que em 2014 recebeu um convite para trabalhar na MK CARGO. Naquela época era o que Maurício pedia a Deus, pois onde estava ficava muito tempo longe de casa e nesta época tinha duas crianças pequenas. Hoje está plenamente satisfeito com o seu trabalho, valorizando muito a empresa e fazendo o seu melhor para aqui permanecer até quando se aposentar.
Maurício rodou muito também nos caminhos do coração. Casou quatro vezes e tem dois filhos: Lucas de 10 e Ana Júlia de 9 anos, com quem sempre está quando não se encontra na estrada. Busca ser um pai presente, pois aprendeu pela ausência com é difícil para uma criança estar afastada do pai. Mais um fato que ressignificou em sua vida.
Há três anos encontrou Mônica, com quem se identificou, amorosa e espiritualmente. Juntos estão construindo mais um capítulo desta história, que conta com mais um grande desafio que é atender Mila, a filha autista dela. Hoje pratica o budismo e entende que é importante ser bom e ter atitude positiva perante as situações que a vida apresenta.
A alegria é sua característica pessoal mais marcante. Em todos os momentos busca estar alegre e transmitir esta alegria para outras pessoas, sempre rindo e brincando. Transformando tudo que é ruim em bom! Focando sempre o que há de positivo em cada situação.
Olhando dos seus 40 anos para frente, tem o objetivo de formar os filhos e ampliar o seu patrimônio. Para isso já tem uma poupança para cada um e desde já busca orientá-los para que já entendam a importância destas questões. Deseja ensinar a pescar, para que eles também construam a sua trajetória.